sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

A Criação





Em nossas experiências cotidianas fomos destinados a acreditar que tudo criado possa ter tido um início. O início de novas perguntas, resultado das respostas das antigas questões, isto é gradativamente chamado de evolução, questionar tudo e a si mesmo, obter problemas para encontrar soluções, a ciência usa desta para melhor definir suas leis. A lei da causa e efeito nos põe novamente na questão de que tudo foi realmente criado e que está em constante evolução, até mesmo criações que se parecem as mesmas ao longo de nossas vidas, como o céu, o Sol e as estrelas. Nada é eterno. E como nada é eterno, tudo deverá ter um início, obviamente. Tudo que existe, perante os cinco sentidos que conhecemos, deve ter uma causa. Segundo a filosofia aristotélica, a ideia de causa é central, e Aristóteles classifica as causas em quatro tipos: causa material (do que é feito o objeto), causa eficiente (o que faz o objeto), causa formal (qual a forma do objeto) e a causa final (propósito com o qual o objeto doi criado). A lei da causa e efeito é um argumento cosmológico para a discutirmos a existência de Deus. Mas será que ela é uma lei da natureza, assim como a lei da conservação da energia ou existência de Deus e suas criações se encaixam nas teorias da causalidade?
Nós comparamos as coisas desconhecidas com algo que já conhecemos, queremos encontrar os erros nos truques e os truques nas mágicas, ou seja, temos a livre escolha de não acreditar nas magias. Um ser mitológico, como o dragão chinês, pode ser tão fantástico quanto uma baleia azul, se olharmos de um jeito certo. Se dizerem que Deus decidiu que 1+1=3, não podemos senão conceber que 1+1=2, somos livres para acreditar ou não, mas não somos livres para decidir a verdade de Deus, apenas O reconhecemos. assim como cristãos reconhecem que Deus criou o que conhecemos em 7 dias. Procuramos acreditar naquilo que nossos receptores sensoriais respondem a um determinado tipo de estímulo, mas eles sempre indicam realmente o que sentimos, ouvimos, tocamos e vemos? Enquanto sonhamos, somos enganados por nossos sentidos e acreditamos que o que estamos sonhando é real até acordarmos, um mundo que sua mente superpõe ao seu olhar para impedir enxergar a verdade. Assim, a intuição é a condição de possibilidade da evidência, resultado de uma visão direta, de uma intuição em que os olhos do espírito tocam as ideias e a compreendem. Os olhos do espírito vêem o que os olhos reais não podem ver, então, poderia o mundo que julgamos real ser um mundo totalmente ilusório? Mas uma ilusão não pode convencer de que tudo é ilusório. Descartes aceita mergulhar no ceticismo absoluto em nome da sua exigência de verdade. Ele se considerou como não tendo mãos, não tendo olhos, não tendo carne, não tendo sangue, como não tendo sentido, mas julgando falsamente ter todas essas coisas. Mas então, que é real? Se você pensou no que você sente, saboreia, vê ou ouve, o real são sinais elétricos interpretados pelo seu cérebro.
As pessoas tem medo de acreditar naquilo que os outros falam, e só querem ouvir aquilo que as interessa, desde uma música na rádio favorita até em uma missa celebrada por um Padre em uma Igreja Católica. Assim, entrando novamente na questão da existência de um Criador, algumas pessoas acreditam Nele e outras não acreditam, elas fizeram uma escolha. E cada uma é diferente da outra, cada uma possui um universo na mente, cada uma interpreta tudo da sua maneira de acordo com sua personalidade, comportamento e sua a cultura, mesmo se a mesma entrou em conflito entre duas ideias, crenças ou opiniões incompatíveis, se referindo a uma dissonância cognitiva. Na maioria dos casos, não acreditar em Deus é uma virtude de liberdade. Mas ter certeza que Deus não existe não é uma prova concreta, logo, é uma crença. Por isso devemos respeitar as outras crenças, pois nós não podemos decidir a escolha de outro alguém, a não ser ela mesmo. Não devemos atribuir Deus com uma, ou mais coisas que conhecemos, Deus também pode ser tudo, todos ou nada (invisível), não temos que ter uma imagem Dele, Ele pode ser um ser inteligente, não-inteligente ou algo que não cabe a nós classificarmos. Pode existir apenas um Deus, ou vários como dizem algumas religiões e mitologias. Não é possível decidir, apenas escolher, e isso é o que as religiões fazem. Observando-as, todas têm ideias semelhantes uma das outras, mas na visão real do homem e não na sua visão espiritual elas se diferem e faz com que humanos se conflitam entre si por um mesmo ser criador (existente ou não-existente) que cabe a cada um interpretar da sua maneira.


Trecho retirado do Livro: Um Olhar Cético para o Ceticismo da Vida do autor Wallace Siqueira.

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